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20 de abril de 2024
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Viciados em redes sociais!

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Todas as terças-feiras, por volta das 21h30, um grupo de oito paulistanos se reúne em um bar de Moema, bairro nobre da zona sul da capital, para colocar o papo em dia. É um compromisso que não falha há sete anos. Tudo tem espaço na roda de conversa, em que participam empresários, publicitários, advogados e administradores de empresas na casa dos 30 anos. Mas, de uns tempos para cá, alguns dos membros do pequeno clube estavam ficando dispersos. Plugados em seus smartphones, eles se distanciavam dos amigos presentes para dar conta de um fluxo infinito e impessoal de piadinhas, notícias e conversas picotadas geradas por redes sociais como o Facebook e o Twitter. “Começou a virar um problema de uns dois meses para cá”, diz o advogado André Martini, 26 anos. “Reconheci que, como alguns dos meus amigos, não conseguia desligar e aproveitar aquele momento no bar. Estava viciado.” A saída foi adotar o “phone stacking”, uma espécie de jogo em que o grupo é obrigado a empilhar os celulares. Quem não resistir e checar o aparelho paga a conta. A medida funcionou para a turma de Martini.
O vício em redes sociais é uma realidade e tem impactos impossíveis de ignorar, como mostra o exemplo acima. Um dos primeiros estudos a revelar a força dessa nova dependência de forma inconteste foi apresentado em fevereiro pela Universidade de Chicago. Depois de acompanhar a rotina de checagem de atualizações em redes sociais de 205 pessoas por sete dias, os pesquisadores concluíram, para espanto geral, que resistir às tentações do Facebook e do Twitter é mais difícil do que dizer não ao álcool e ao cigarro. Uma consulta aos números do programa de dependência de internet do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (IPq-HCUSP) dá contornos brasileiros ao argumento posto pelos americanos de Chicago.
Hoje, 25% dos pacientes que buscam ajuda no programa do IPq o fazem atrás de tratamento para o vício em redes sociais. “E esse percentual deve aumentar”, afirma Dora Góes, psicóloga do programa. “Até o fim do ano queremos ter um módulo específico para tratar essa vertente da dependência de internet.” Não será fácil estabelecer um protocolo de tratamento. O vício em redes sociais é forte como o da dependência química. Como o viciado em drogas, que com o tempo precisa de doses cada vez maiores de uma substância para ter o efeito entorpecente parecido com o obtido no primeiro contato, o viciado em Facebook também necessita se expor e ler as confissões de amigos com cada vez mais fre­quência para saciar sua curiosidade e narcisismo. Sintomas de crise de abstinência, como ansiedade, acessos de raiva, suores e até depressão quando há afastamento da rede, também são comuns. “É como um alcoólatra”, afirma Dora. “Se para ele o bar é o objetivo, para o viciado estar sempre conectado às redes sociais é a meta.”
Mas nem tudo é ruim nas teias das redes sociais. Pelo contrário. Grande parte do que elas oferecem é bom. O problema é saber dosar o uso para que as vantagens não sejam ofuscadas pelo vício que surge com os excessos.

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