Dezesseis servidores públicos federais foram expulsos de órgãos do governo Dilma Rousseff (PT) na Bahia em 2014, grande parte por corrupção, improbidade administrativa ou uso da função em benefício pessoal. A informação consta no levantamento anual divulgado esta semana pela Controladoria-Geral da União (CGU). Dos casos registrados no estado pela CGU – que contabilizou 550 demissões, destituições de cargo e cassação de aposentadorias em todo o Brasil -, dez se referem a irregularidades cometidas por funcionários do INSS. No balanço há ainda ex-chefes do Ministério da Cultura e da Funai e um policial rodoviário federal. Houve também duas punições na Ufba, incluindo a de um professor, e uma no Instituto Federal Tecnológico da Bahia (Ifba), todas por abandono de emprego e excesso de faltas ao trabalho. Desde que começou a série histórica da CGU, em 2003, já ocorreram 196 expulsões do tipo no estado.
Causas e efeito
Dois fatores levaram ao rompimento do PTN com o prefeito ACM Neto (DEM), anunciado ontem pelo principal líder da legenda, o deputado federal eleito João Carlos Bacelar. Primeiro: a faxina na Secretaria de Educação iniciada pelo sucessor de Bacelar na pasta, Jorge Khoury, e acelerada pelo atual, Guilherme Bellintani. Os alvos foram feudos criados pelo parlamentar no órgão. Segundo: a negativa de Neto em ceder a Secretaria de Ordem Pública, de porteira fechada, ao partido. Em nota, o democrata disse que não aceitaria barganhar cargos por apoio político.
Incógnita mantida
O fim da aliança com ACM Neto e o anúncio da adesão do PTN ao governador Rui Costa (PT) pegou de surpresa integrantes da bancada do partido na Câmara de Salvador. “Confesso que, assim como alguns colegas de partido, estou surpreso. Vou conversar com (João Carlos) Bacelar ainda hoje (ontem) para saber o que houve”, disse o vereador Tiago Correia. O parlamentar havia confirmado à Satélite a permanência do PTN na base do prefeito. “Não sei como essa questão vai ficar”, admitiu. No entanto, Neto vai negociar com cada vereador o apoio à prefeitura na Casa.
Trânsito livre
Um integrante da cúpula do Palácio de Ondina garantiu à coluna que, para romper com o DEM e fechar com o PT, Rui Costa ofereceu ao presidente estadual do PTN, Maurício Bacelar, a direção-geral do Detran. Irmão de João Carlos Bacelar, Maurício queria o apoio de ACM Neto para disputar a prefeitura de Camaçari em 2016 e a saída do vereador Antonio Elinaldo (DEM) do páreo, líder da oposição ao PT na cidade. Com a ruptura, Neto está livre para apoiar Elinaldo na sucessão municipal.
Bateria cheia
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, James Correia, vai criar uma diretoria específica para o setor de energia e busca um executivo da Coelba para comandá-la. Ao mesmo tempo, Correia comemora a volta da área de Portos, e de dezenas de cargos, à estrutura da antiga pasta de Indústria, Comércio e Mineração.
Cunha, o ecumênico
De bobo o deputado carioca Eduardo Cunha (PMDB) nada tem. Candidato à presidência da Câmara, Cunha rezará missa para dois santos em sua visita a Salvador, depois de amanhã. A Rui Costa, vai dizer que, apesar da fama de rebelde, segue a cartilha petista. Para ACM Neto, prometerá apoio à oposição no Congresso.
Jairo Costa Junior/Correio da Bahia