Correios “estão na UTI” e terão prejuízo de 900 milhões de reais, diz novo presidente
O novo presidente dos Correios, Giovanni Queiroz, estima um rombo de mais de 900 milhões de reais nas contas, em 2015. Será a primeira vez em 20 anos que a empresa fechará o balanço no vermelho. Alguns dias após assumir o cargo, Queiroz disse que os Correios estão na UTI. “A situação é de emergência. Não adianta jogar para debaixo da mesa”, afirmou Queiroz.
“Já operei em condições precaríssimas e salvei algumas vidas com o seguinte ensinamento: o paciente chegou em coma, você não tem que pensar em anestesia. Abre a barriga dele, grampeia o polo de sangramento, e depois você cuida do resto, senão ele morre”, disse Queiroz, que é médico. Ele não evitou críticas ao governo, responsável por represar por dois anos o preço das tarifas. Em 2014, houve reajuste de 7%, que não compensou a inflação.
“Precisamos emergencialmente aumentar essas tarifas. Você não pode ficar tanto tempo defasado. É a mesma estratégia que o governo usou com a Petrobras, com a energia. Hoje, estamos pagando a conta do passado.”
Em 2014, para o balanço fechar azul, os Correios reverteram uma parte da provisão feita há seis anos, no valor de 1,086 bilhão de reais, reserva para cobrir déficits do Postalis, o fundo de pensão dos funcionários da estatal.
Direto de Brasilia