Eduardo Cunha enfrenta processo que pede a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar
O ministro do Supremo Tribunal federal (STF), Marco Aurélio Mello, defendeu a renúncia do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Nós precisaríamos aí de uma grandeza maior para, no contexto, haver um afastamento espontâneo, quem sabe até a renúncia ao próprio mandato. Melhoraria, sem dúvida alguma, porque teríamos a eleição de um novo presidente para a Câmara. Ele [Cunha] continuaria no desempenho do mandato, porque, de qualquer forma, ele está na cadeira por algum tempo, tendo em conta apenas o mandato” disse Marco Aurélio Mello
O ministro criticou a manobra de Cunha, que abriu a sessão do plenário da Câmara para a ordem do dia, impedindo o funcionamento do Conselho de Ética, que iria analisar o processo contra ele.”Não consigo admitir uma manobra para não se ter o funcionamento de um órgão da Casa Legislativa. Nós temos que guardar princípios. Em época de crise, é importantíssimo guardar princípios e valores para que as instituições realmente cumpram o seu dever. Agora, vamos tentar suplantar essa crise. É uma crise de descompasso entre Executivo e Legislativo que aprofunda a crise que mais repercute na mesa do trabalhador, que é a crise econômica, financeira”, disse o ministro, acrescentando que os chefes dos poderes precisam dar o exemplo.
“É um quadro muito triste. É lastimável o que nós estamos presenciando. Porque se aguarda daqueles que ocupam cargos importantes, como são os cargos nas chefias do Legislativo, do Executivo e do Judiciário, uma postura que sirva de norte ao cidadão. E essa postura nós não estamos constatando.”
Informações: Direto de Brasilia