Está marcado pra esta quarta-feira (16) o cumprimento de liminar de reintegração de posse que favorece a empresa Moxx Frutas Tropicais LTDA, autorizada pelo Juiz Adriano Espíndola Sandes, da comarca de Casa Nova, Bahia.
Há nove meses, cerca de 60 famílias de trabalhadores rurais permanecem acampadas na localidade, antiga fazenda São Francisco, conhecido como Acampamento Eldorado dos Carajás, em Casa Nova.
Segundo informações do MST, “a liminar, expedida em maio de 2018, ignora totalmente o processo de compra da fazenda encaminhado pelo Programa Nacional de Credito Fundiário, uma tramitação que certifica que a fazenda em questão está em negociação entre o Governo do Estado e o verdadeiro proprietário”.
Ontem( 14), de acordo com a assessoria do MST, “o clima de ansiedade e medo tomou conta das famílias ameaçadas de despejo, mas a liminar não se cumpriu, ficando remarcada para quarta feira (16).
Em nota enviada a nossa redação, o MST diz que “o clima é de tensão e medo, porém muita resistência e espírito de luta. Segundo as autoridades a liminar de despejo está para ser cumprida amanhã, porém estamos correndo com todos os recursos possíveis. As famílias em meio a tensão cuidam de sua produção,colhem os frutos do trabalho e também iniciam nova plantação semeando não somente o milho mas também esperança”.
O MST divulgou Carta Aberta denunciando a ameaça de expulsão dos trabalhadores, “com uso de força policial contra as famílias” e fez alguns esclarecimentos sobre a ocupação.
Diante da ameaça de um confronto entre os trabalhadores e os agentes de segurança que irão cumprir a liminar, a Polícia Militar, através do Capitão PM Thiago de Carvalho Andrade, comunicou ao Juiz Vanderley Andrade que a PM estará dando apoio aos oficiais de justiça durante o cumprimento do mandado. No documento, o policial afirmou que “‘há possibilidade de conflito agrário com integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra que se encontram no local”.
Em resposta ao ofício do representante da PM, o Juiz Vanderley Andrade ressaltou a “necessidade da briosa PMBA em envidar todos os esforços necessários para desocupação voluntária da área, com o menor dano possível, inclusive, se for o caso, com utilização exclusiva de armas não letais”, orientou o magistrado em despacho oficial, que consta no processo.
Preto no Branco.