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Irpaa: Formação que gera engajamento comunitário e transforma vidas

Um dos elementos mais fortes na proposta de Convivência com o Semiárido é a formação das pessoas para entender o meio em que vivem e perceber a viabilidade do seu lugar. Para a jovem Izabel Santos, da comunidade Tigre, em Caém-BA, essa percepção foi aguçada a partir do momento em que ela foi contratada como Agente Comunitária Rural – ACR, para assessorar Tigre e mais três comunidades da região.

“Eu admiro tudo isso e sou muito grata por essa vivência. Hoje eu tenho uma visão totalmente diferente do campo […] Já tinha vontade e hoje tenho mais vontade ainda de viver no campo”, declara a jovem ACR, que destaca também a importância da formação para a construção de novas possibilidades. “Acompanhar as capacitações, ouvir a palavra agroecologia, você acaba despertando [para a possibilidade de viver no campo] e foi isso que aconteceu”.

Estar em um ambiente permeado pela busca constante por conhecimento e a interação com agricultoras/es fez Izabel sentir a necessidade de aprender ainda mais. “Hoje eu tô fazendo gestão ambiental, porque foi dentro desse processo que despertei essa vontade de conhecer mais o ambiente, de conhecer esse processo agroecológico”, explica Iza, como é conhecida a jovem.

Segundo Samuel Lira, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR, desde o início do projeto que presta assessoria em diversas comunidades do Semiárido baiano, houve um processo formativo que tem preparado a juventude para ser liderança. “Qual foi o resultado disso? É que você tem lideranças atualmente na comunidade com condições, com conhecimento, porque foram capacitados para isso, para gerir sindicatos, ocupar cargos diretivos de associações, de cooperativas, para acessar políticas públicas e continuar este trabalho dentro das comunidades”, aponta o integrante da CAR.

Samuel relata que 137 jovens passaram pelo processo formativo. Foram 04 encontros regionais, mediados pelo Irpaa, que envolveram todas/os as/os jovens do projeto. Houve ainda 08 formações regionais e mais de 2.000 formações diversificadas, voltadas para a produção animal e vegetal e a comercialização.

Na avaliação de Nívea Rocha, Coordenadora Administrativa do Irpaa, a partilha de informações entre ACRs foi um ponto crucial na construção de saberes e boa parte disso aconteceu durante os encontros proporcionados pelo projeto, contribuindo com as condições para que a juventude tivesse um papel de protagonismo na comunidade. “A formação permite que eles se sobressaiam como interlocutores, como lideranças, como profissionais”, explica Nívea, ao lembrar que, através do projeto, as/os ACRs também adquiriram conhecimento em informática e conquistaram a Carteira Nacional de Habilitação – CNH.

As palavras de Nívea são confirmadas por Izabel. “A gente se torna referência, se torna exemplo. Eu me vejo como exemplo para a minha comunidade, para a juventude e também a gente adquire respeito”, relata orgulhosa a jovem Iza. “Eu como ACR sinto isso, eu vejo essa gama de saberes que a gente adquiriu e estou adquirindo ainda neste processo”, destaca.

“O Pró-Semiárido trouxe ferramentas que veio contribuir com o fortalecimento das organizações, da juventude, dos grupos de mulheres […] Veio fortalecer muito o campo, as comunidades”, complementa Izabel. Para Nívea, “tudo isso vai possibilitando às juventudes do rural cada dia mais estarem fortalecidas, valorizadas e com um potencial gigante” para fazer a interlocução entre as comunidades e as instituições parceiras e “permitir que as juventudes se percebam como o hoje”.

Este papel já é desempenhado pelo jovem Maique da Silva, da comunidade Sítio do Meio, em Itiúba-BA. Ele conta que as secretarias da prefeitura e outros parceiros já buscam a figura do ACR para fazer o diálogo com a comunidade. Maique afirma que vai “continuar o que já vem fazendo, o processo assessorar a associação, a diretoria” e explica que o trabalho é tanto de gestão, quanto de atividades de campo. Segundo Maique, sua missão agora passa por “nunca abandonar a comunidade ou a associação”.

Envolvimento da juventude nas atividades-Pensado em várias frentes de atuação, o projeto tem como um dos objetivos o fortalecimento das mulheres e da juventude. Para as mulheres as principais conquistas aconteceram a partir da organização e formação continuada, especialmente através das cadernetas agroecológicas e da criação de canais de comercialização, como as feiras agroecológicas.

Para a juventude, a formação e a possibilidade de gerar renda foram conquistas significativas. Claricélio Nascimento, ACR que atua na região dos Brejos, em Pilão Arcado-BA, conta que “na agroindústria [construída pelo projeto] a gente já consegue colher alguns frutos como doce e o licor que já estão sendo produzidos”, comercializados dentro e fora do estado.

Claricélio avalia com empolgação a melhoria de renda advinda da produção na unidade de beneficiamento, o que atraiu a juventude. “Uma grande importância na vida dos jovens, já que hoje a gente consegue trazer uma parte dos jovens pra dentro da unidade, para tá se envolvendo com o projeto”, evidencia.


Acompanhamento contínuo-Samuel Lira defende que, “assim como existe a política pública para ter o agente de saúde, o Estado ou a Prefeitura, deveria trabalhar também para garantir que em cada comunidade houvesse a contratação de um ACR”. Segundo o representante da CAR essa seria uma forma de ter alguém que pudesse continuar fazendo a ligação com o poder público e demais parceiros.

Neste projeto, todo o trabalho de formação, assim como a contratação e condições adequadas de trabalho de ACRs é uma ação da CAR, órgão ligado ao Governo do Estado, que executa o projeto com recursos advindos de um acordo de empréstimo entre a Bahia e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola – Fida.

Eixo Educação e Comunicação do Irpaa / Arquivo Irpaa

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