31 de outubro de 2025
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Ararinhas-azuis poderão ser retiradas da natureza em Curaçá para conter vírus

O Curaçá Oficial acompanha nesta semana a polêmica envolvendo a espécie ararinha-azul, em processo de reintrodução à natureza de Curaçá desde 2022.

Nesta quarta-feira (10), o diretor da ACTP (Association for the Conservation of Threatened Parrots), Cromwell Purchase, publicou em suas redes sociais um vídeo relatando a chegada de uma equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) ao centro de reprodução da ararinha-azul, localizado no município.

Já nesta quinta-feira (11), o diretor da ACTP se manifestou, também em rede social, afirmando que o ICMBio realizou uma vistoria rigorosa no local e, com apoio de biólogos de outros projetos, estaria planejando a captura de todas as ararinhas-azuis que vivem soltas na natureza, a fim de realizar testes contínuos para detecção do circovírus. O diretor alertou ainda que “isso seria o começo do fim do projeto de reintrodução da ararinha-azul na natureza”.

O Curaçá Oficial buscou explicações detalhadas junto ao ICMBio sobre a possível captura das aves, mas até o momento não obteve retorno.

Em nota divulgada antes da chegada das equipes ao município, o ICMBio declarou que as medidas de contenção do vírus “estão em constante discussão e vêm sendo revistas de acordo com as mudanças de cenário e a chegada de novas informações”. A instituição destacou ainda que:

especialistas e pesquisadores renomados vêm sendo consultados;

ainda que protocolos internacionais indiquem a possibilidade de eutanásia de animais positivos, o ICMBio busca alternativas menos drásticas;

não é possível afirmar de forma responsável a origem do circovírus em Curaçá sem estudos consistentes;

a prioridade atual do Estado brasileiro é conter a disseminação do vírus.

Entenda o caso
Em 2024, um filhote nascido na natureza apresentou alteração na cor das penas e dificuldades de voo. Ele foi capturado para exames, juntamente com outras 20 aves do recinto de soltura. Os testes apontaram resultado positivo para circovírus, mas apenas no filhote. Em exames posteriores, outras seis aves também apresentaram o vírus.

Segundo a ACTP, todas as medidas de biossegurança foram tomadas, incluindo isolamento das aves, novos testes em laboratórios independentes e monitoramento nos recintos. A maioria das ararinhas segue negativa para o vírus, e o filhote que apresentou sintomas já se recuperou, voltou a voar normalmente e testou negativo em exames recentes.

A entidade reforça que o circovírus já circula no Brasil há décadas, especialmente entre aves de cativeiro, e que papagaios neotropicais — grupo ao qual pertence a ararinha-azul — costumam apresentar boa recuperação. Até o momento, nenhuma ave morreu em decorrência do vírus.

Linha do tempo da reintrodução da ararinha-azul em Curaçá
2022 Início do processo de reintrodução da espécie na natureza do sertão de Curaçá, após extinção em vida livre desde 2000.

2023 Primeiras ararinhas começam a formar pares e explorar o território da Caatinga.

2024 Nasce o primeiro filhote em vida livre; exames revelam a presença do circovírus.

2025 ICMBio avalia novas medidas de biossegurança, incluindo a captura temporária de aves, gerando debate entre pesquisadores e conservacionistas.

A situação gera preocupação entre ambientalistas, comunidade científica e moradores da região, já que a ararinha-azul é uma espécie nativa de Curaçá e o único lugar do mundo onde vive em liberdade. O projeto de reintrodução foi amplamente divulgado e despertou grande expectativa na comunidade, que acompanha de perto cada etapa desse processo.

Curaçá Oficial /Foto: Facebook/ACTP

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