
“A candidatura de Tarcísio à Presidência da República só aconteceria num cenário de convergência nacional integral”
Agência estado
A indefinição sobre o futuro eleitoral do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), tem embaralhado as articulações eleitorais para o governo de Minas Gerais. A decisão do governador de se candidatar ou não a presidente tem impacto nas pré-candidaturas dos senadores Rodrigo Pacheco (PSD) e Cleitinho Azevedo (Republicanos) e do vice-governador Mateus Simões (Novo), candidato apoiado por Romeu Zema (Novo) e que está de malas prontas para o PSD.
Simões afirma que a principal consequência de uma candidatura de Tarcísio ao Planalto seria uma mudança na postura de PL e Republicanos, que poderiam desistir de lançar a candidatura de Cleitinho, unificando a direita e o centro. Procurado, o senador disse que só se posicionará sobre eleições no ano que vem.
“A candidatura de Tarcísio à Presidência da República só aconteceria num cenário de convergência nacional integral. Chapas únicas para presidente, governador e senador. Isso seria construído verticalmente no País inteiro e, nesse cenário, não tenho dúvida que o candidato seria eu, que é o natural, o sucessor do Zema. O Zema estaria nessa composição nacional”, disse Simões ao Estadão.
“A candidatura de Tarcísio a governador de São Paulo, por outro lado, deixa espaço aberto para a manutenção dessas dúvidas em Minas Gerais”, completa ele.
Questionado se Zema, que é pré-candidato a presidente, toparia ser vice numa chapa presidencial, ele respondeu que o único cenário que o governador de Minas deveria sentar para conversar é se Tarcísio for candidato. “Em qualquer outro cenário, o governador Romeu Zema precisa manter a candidatura dele porque ele é a melhor alternativa posta”, declarou Simões. Segundo pesquisa Quaest divulgada em agosto, Cleitinho tem 28% das intenções de voto, seguido do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (sem partido), com 16%. Pacheco tem 9% e Simões, 4%. Indecisos e brancos e nulos somam 43%. Outra incógnita em Minas Gerais é o PSD de Gilberto Kassab. O partido tem duas opções. A primeira é lançar Pacheco e dar palanque para a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reeditando a aliança de 2022 com os petistas no Estado. A outra alternativa é filiar Simões e dar estrutura para a candidatura do vice-governador.
“Nos Estados onde não há projeto definido ainda, o projeto é sempre ter candidatura própria. Vamos esperar o momento adequado para definir em Minas Gerais”, despista Kassab.
Neste momento, a última opção é a mais provável pois Simões está próximo de acertar a filiação ao PSD, conforme três fontes ligadas ao vice-governador disseram ao Estadão. Já há até uma
data para a filiação, o dia 27 de outubro, informação publicada inicialmente pela Folha de S. Paulo. Oficialmente, nem Simões nem o PSD confirmam o acerto.
Em um grupo de mensagens do Novo na semana retrasada, o vice-governador disse que o “mais lógico” seria trocar de partido, novamente sob o argumento de unificar a direita e o centro.


