
Dois fatores azedaram as tratativas
Agência Estado
O projeto de lei da dosimetria, para amenizar as penas dos condenados pelo 8 de janeiro subiu no telhado. Na noite desta terça-feira, 23, integrantes do Centrão admitiam não haver mais clima para votar a matéria, nem na semana que vem, como previsto.
A bancada do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, hostilizou o relator, deputado Paulinho da Força, numa reunião e manteve a estratégia de “anistia ou nada”.
Além disso, uma nota divulgada pelo PT, deixando claro que a bancada não votará favoravelmente a nenhum tipo de perdão ou redução de pena, frustrou a expectativa de integrantes da centro-direita de construir acordo que envolvesse os três Poderes.
Dois fatores azedaram as tratativas. Um deles desagradou tanto governistas como a oposição: o fato de Paulinho da Força ter envolvido o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) nas discussões.
O outro foi a ofensiva mais recente dos Estados Unidos com a aplicação da Lei Magnitsky contra a mulher do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa investida americana implodiu pontes com os magistrados, pois reforça o entendimento de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não vai parar de agir para coagir a Corte.


