
Levantamento foi realizado pela Associação das Vítimas e Familiares do 8 de Janeiro.
Uma pesquisa realizada pela Associação das Vítimas e Familiares do 8 de Janeiro (Asaf) aponta que a maioria dos familiares e condenados defende uma anistia ampla, geral e irrestrita e rejeita uma anistia parcial.
“Entre as 123 respostas, a posição predominante foi a rejeição à proposta de substituição da anistia por uma redução de penas: 100 pessoas (81,3%) disseram não. Apenas 5 (4,1%) manifestaram apoio direto à ideia, enquanto 18 (14,6%) se mostraram abertas a considerar essa alternativa, mas condicionando a aceitação ao tamanho da redução. Esses dados confirmam que a grande maioria entende a redução de penas como insuficiente, reforçando a preferência clara pela anistia como solução efetiva. O grupo intermediário (‘depende’) demonstra alguma margem de negociação, mas ainda representa uma minoria diante do consenso contrário”, aponta o documento.
O levantamento também mostrou que praticamente todos defendem uma anistia ampla, geral e irrestrita ao grupo.
“Entre as 123 respostas analisadas, 119 manifestaram concordância com a proposta de Anistia Ampla, Geral e Irrestrita, enquanto apenas 4 se posicionaram contra. O apoio de 96,7% demonstra um consenso quase unânime em torno da medida. A pequena parcela que votou ‘não’ provavelmente expressa a convicção de que o ideal seria a anulação integral dos processos, medida que corrigiria de forma mais justa e plena as ilegalidades denunciadas”, afirma o levantamento.
A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 22 de maio de 2025, com 123 pessoas — entre familiares, réus, condenados e investigados — por meio do Google Forms.
Segundo a associação, principal entidade em defesa dos investigados, réus e condenados pelos atos de 8 de Janeiro, há hoje mais de 2.000 pessoas investigadas. Os dados são:
- 1.628 ações penais abertas;
- 518 ações penais com 279 condenações pelos crimes mais graves;
- 1.110 ações penais com 359 condenações pelos crimes menos graves;
- 10 absolvições;
- 552 acordos de não persecução penal (ANPP) firmados;
- 141 pessoas ainda presas;
- 44 pessoas em prisão domiciliar;
- 131 extinções por cumprimento da pena (provavelmente em razão do ANPP);
- 112 execuções penais em curso;
- 61 pedidos de extradição.
Segundo a pesquisa, também é rejeitada a hipótese de uma anistia que não perdoe todos os crimes, mas permita que quem está preso seja solto e que quem está em outro país possa retornar.
“Entre as 123 respostas, 39 pessoas (31,7%) se mostraram favoráveis a uma proposta de anistia que, mesmo sem perdoar todos os crimes, teria como efeito imediato a soltura dos presos e o retorno dos refugiados. Outras 84 (68,3%) rejeitaram essa alternativa. Esse resultado, embora mantenha a maioria contrária, representa um nível de apoio mais elevado do que na anistia parcial (22%) ou na proposta de simples redução de penas (apenas 4%)”, afirma.
Fonte: CNN Brasil



