10 de setembro de 2025
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“O PP nunca fez parte oficialmente do governo Lula”, diz Cacá Leão

Foto: Divulgação/Ascom

Cacá Leão defendeu a consolidação da federação entre Progressistas e União Brasil como um passo importante para fortalecer a oposição na Bahia e no país

O secretário de Governo de Salvador, Cacá Leão (PP), defendeu a consolidação da federação entre Progressistas e União Brasil como um passo importante para fortalecer a oposição na Bahia e no país. Em entrevista à Tribuna, o ex-deputado afirmou que a união dos partidos mira diretamente nas eleições de 2026, com a candidatura de ACM Neto ao governo da Bahia, e não descarta uma fusão definitiva entre as duas legendas no futuro. Cacá também comentou a decisão nacional do Progressistas de se afastar do governo Lula e reforçou que a legenda sempre se posicionou como independente e de oposição. Para o dirigente, o momento é de construção de alternativas, com nomes como Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior e Romeu Zema despontando como opções para a sucessão presidencial. Ele ainda avaliou que o desgaste da polarização entre Lula e Bolsonaro abre espaço para uma nova liderança de centro-direita. Na Bahia, destacou que ACM Neto chega fortalecido para 2026 diante do desgaste do atual governo estadual.

Tribuna – A federação do União Brasil com o Partido Progressista está consolidada. Quais são as implicações e como fica o partido agora na Bahia com essa federação? O que muda?

Cacá Leão – Olha, a partir de agora, os dois partidos passam a caminhar juntos. Se tornam uma coisa só, estarão unidos nas eleições de 2026 e nas eleições de 2028. Eu particularmente defendo que lá na frente a gente discuta, inclusive, uma possível fusão dos dois partidos. Acho que esse é o entendimento da sociedade brasileira. O povo brasileiro não entende o porquê de tantos partidos políticos, e acho que a federação nasce com esse intuito de dar essa resposta à sociedade. Aqui na Bahia, a gente vai estar imbuído no projeto da candidatura de ACM Neto a governador da Bahia. Teremos uma chapa tanto de deputados estaduais, quanto de deputados federais, forte e competitiva.

Tribuna – Alguns deputados do Progressistas são mais alinhados ao governo do Estado, mais simpáticos a Jerônimo. Como fica a situação deles? Houve algum tipo de diálogo?

Cacá Leão – Na verdade, a gente sempre conversou, desde as eleições de 2022, quando os deputados estaduais decidiram, mesmo sem a oficialização do partido, integrar a base do governador. De lá pra cá a gente sempre conversou. Eu sempre defendi a posição de que, mesmo que a federação não viesse a ocorrer, estaríamos na oposição. Foi nesse local que as urnas nos colocaram em 2022 e agora, com a federação, a gente acaba cravando esta posição. Então, os deputados que não desejarem permanecer nesse projeto, em abril vai ter a janela partidária e eles vão poder tomar a decisão que melhor lhes convém. Agora, nada impede que a gente mantenha o diálogo, que a gente converse e que eles estejam conosco juntos nesse projeto. Conversas não faltarão até lá.

Tribuna – Já houve algum deputado que manifestou interesse em sair do partido?

Cacá Leão – Nós nunca conversamos abertamente sobre permanência ou saída de ninguém. O que eu tenho visto são declarações na imprensa de alguns deputados que dizem desejar estar ao lado do governo e que irão procurar outro abrigo partidário. Mas, como eu disse, isso só vai acontecer em 2026, em abril, quando a janela partidária ocorrer, que é quando eles podem fazer essa migração sem nenhum tipo de penalidade, nem partidária nem da Justiça.

Tribuna – O partido também, junto com a União Brasil, anunciou o afastamento do governo Lula. Como foi tomada essa decisão e em que ela se baseou? Como é que vai ser a partir de agora?

Cacá Leão – Participei da reunião da executiva do Progressistas. Isso foi colocado na pauta. Hoje o partido tem, na grande maioria dos seus quadros, o desejo de permanecer na oposição. Desde o momento em que houve o convite para que quadros do partido participassem do governo, o presidente Ciro Nogueira sempre deixou claro que essa era uma posição da bancada da Câmara, que o partido não integrava oficialmente a base aliada do governo e que não estaria dentro desse projeto. Essa posição foi ratificada na executiva, tanto na nossa convenção nacional quanto no anúncio da federação no último dia 19 de agosto. Os dois partidos se reuniram e tomaram essa posição. Ontem, além da nota, houve uma coletiva onde o partido colocou que seus filiados não devem mais permanecer nos espaços que ocupam dentro do governo conforme as diretrizes dos estatutos partidários. Então, no caso dos Progressistas, os ocupantes dos cargos no governo federal estarão em prazo para deixar o governo.

Tribuna – Essa decisão foi baseada em desgaste do governo ou em um projeto político futuro?

Cacá Leão – Como eu disse anteriormente, o partido oficialmente nunca fez parte do governo. Quadros do partido ocuparam cargos no governo federal, mas o Progressistas sempre manteve posição de independência, de estar na oposição. Acho que a decisão foi acertada, porque estamos num momento de construção de novas candidaturas e de um novo projeto para o país. A gente tem alguns nomes colocados para compor esse projeto. Acho que o partido se legitima quando impõe a saída dos seus quadros do governo para fazer a discussão dessas candidaturas. Eu nunca escondi o desejo de ter o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como candidato do nosso campo, acho que ele hoje é o nome que reúne as melhores condições. Mas também temos alternativas como Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior, Romeu Zema e outros que podem se colocar ao longo do processo para tentar ocupar essa posição. Mas acho que o nome que reúne as melhores condições é Tarcísio de Freitas. Acho que, com essa decisão, tanto o PP quanto o União se legitimam a fazer essa discussão.

Tribuna – Tarcísio é identificado com o bolsonarismo, mas Bolsonaro diz que não apoiará outro nome. Vocês investiriam nele mesmo sem esse apoio?

Cacá Leão – Candidatura é uma construção, ainda mais em cenário nacional. Tarcísio foi ministro de Bolsonaro, foi apoiado por ele para ser o seu candidato a governador de São Paulo, mas hoje Bolsonaro enfrenta dificuldades jurídicas de candidatura, enfrenta processos que já o tornaram inelegível. Acho que ele também vai precisar apoiar alguém. Esperamos que lá na frente todas as forças que não acreditam no projeto atual caminhem juntas em torno de um novo nome, um novo projeto para o Brasil. O Brasil precisa se reinventar e esse novo nome tem que reunir condições de fazer as transformações que o povo brasileiro tanto necessita nesse momento. Isso requer a unidade de todos.

Tribuna – Esse julgamento que Bolsonaro enfrenta e uma possível condenação agravam ainda mais a polarização? Como avalia os impactos disso?

Cacá Leão – Esse tensionamento existe desde antes, desde o impeachment. Em 2018, resultou na eleição de Bolsonaro; em 2022, no retorno de Lula. Tudo isso é fruto desse tensionamento, dessa polarização. O Brasil já sentiu o gosto amargo que essa polarização representa. Ela não é saudável nem para democracia nem para o país. O Brasil está cansado desse tensionamento e precisa de alguém que consiga equilibrar, colocar a bola no chão, chamar o jogo para si, discutir com todos os vieses políticos e respeitar as diferenças e conduzir o debate sem transformar tudo em campo de batalha.

Tribuna – O senhor acha que ACM Neto chega forte para as eleições de 2026? Como vai ser a discussão do partido para composição?

Cacá Leão – Acho que ACM Neto chega muito forte para 2026. Tenho andado pela Bahia, conversado com diversos amigos e até pessoas que não estavam com ele em 2022, porque entendiam que a Bahia vivia outro momento com Rui Costa bem avaliado, hoje reconhecem que o cenário mudou. Hoje a gente vê que a Bahia está cansada, o governo é fraco, não atende às expectativas, e ACM Neto chega como esperança de renovação que vem para recolocar a Bahia no seu lugar de destaque. Ele já provou que tem capacidade quando governou Salvador. Já deu todas as demonstrações. Tenho visto ACM Neto muito animado, o povo da Bahia está esperançoso e ele vai chegar muito forte.

Tribuna – Além da segurança pública, que cada vez mais continua sendo uma das principais queixas, quais serão os principais temas em 2026?

Cacá Leão – A segurança é um tema que aflige todo o Estado, mas não será o único. É óbvio que é um tema que aflige não só as grandes cidades, mas as pequenas cidades. Não dormimos um dia sequer sem ter notícias de guerra de facção, bala perdida… Mas outros temas também têm tocado o povo baiano. As pessoas continuam morrendo na fila da regulação, a educação da Bahia está entre as piores do país, o desemprego está tomando conta do nosso Estado. Então, não será só a segurança pública será pauta única, mas um conjunto de pautas que refletem a perda de esperança do povo e o desejo de mudança presente nos corações dos baianos.

Fonte: Tribuna Da Bahia

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