
Após a aprovação da PEC da Blindagem nesta terça-feira, 16, deputados federais usaram as redes sociais para pedir desculpas por votarem a favor da proposta.
Após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem nesta terça-feira, 16, deputados federais usaram as redes sociais para pedir desculpas por votarem a favor da proposta. As manifestações surgiram em meio à forte repercussão negativa da medida.
As justificativas usadas pelos parlamentares foram diversas, até mesmo alegações de que o voto foi um “sacrifício” para tentar evitar a votação do projeto de anistia. Houve ainda quem afirmasse que irá acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular a votação ocorrida na Câmara dos Deputados.
Um dos primeiros a se manifestar foi o petista Merlong Solano (PT-PI). Segundo ele, o voto favorável teve como objetivo “ajudar a impedir o avanço da anistia e viabilizar a votação de pautas importantes para o povo brasileiro, como a isenção do Imposto de Renda, a MP do Gás do Povo, a taxação das casas de apostas e dos super-ricos, além do novo Plano Nacional de Educação”.
Apesar dessa justificativa, o parlamentar reconheceu em suas redes sociais que “esse esforço não surtiu efeito” e que o acordo político foi rompido. “Venho, de forma pública, pedir desculpas ao povo do Piauí e, em especial, ao Partido dos Trabalhadores, partido que ajudei a construir, pelo grave equívoco que cometi ao votar favoravelmente ao texto-base da PEC das Prerrogativas”, escreveu.
Oficialmente chamada de “PEC das Prerrogativas”, a proposta ficou conhecida como “PEC da Blindagem” por conter dispositivos que ampliam o foro privilegiado e dificultam a atuação da Justiça contra deputados e senadores.
Após o voto, Merlong assinou como coautor de um mandado de segurança enviado ao STF, junto ao deputado Pedro Campos (PSB-PE), que também se manifestou publicamente com uma justificativa semelhante.
Segundo Pedro, os parlamentares progressistas estavam entre duas opções difíceis. “Ou não discutir nenhum texto dessa PEC e arriscar que a anistia passasse, além de ver pautas importantes do governo, como a tarifa social de energia e o Imposto de Renda, boicotadas, ou discutir o texto da PEC, tentar retirar os maiores absurdos e buscar um caminho para barrar a anistia e avançar as pautas populares”, explicou, em vídeo publicado nas redes sociais.
Pedro Campos reconheceu que a estratégia adotada fracassou. “A PEC passou do jeito que nós não queríamos, inclusive com a manobra para restaurar o voto secreto, que já havíamos derrubado em votação. Por isso, tenho a humildade de reconhecer que não escolhemos o melhor caminho. Saímos derrotados na votação da PEC e na da anistia”, afirmou.
Fonte: Agência Estado



