O avanço baiano acompanha o movimento das regiões Norte (34,6%) e Nordeste (32,1%), que lideraram os crescimentos percentuais do país

A Bahia registrou alta de 31,8% nas tentativas de fraude no primeiro semestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento da Serasa Experian. Foram 366,8 mil ocorrências em apenas seis meses, número que coloca o estado na 6ª posição no ranking nacional. Proporcionalmente à população, o indicador chegou a 4.113 casos por milhão de habitantes, índice intermediário entre as unidades da federação.
O avanço baiano acompanha o movimento das regiões Norte (34,6%) e Nordeste (32,1%), que lideraram os crescimentos percentuais do país. Para a Serasa, o dado mostra que os fraudadores têm expandido o foco de atuação para além dos grandes centros urbanos, aproveitando a rápida digitalização em cidades médias e do interior.
Os setores mais visados na Bahia repetem a tendência nacional, começando por telefonia, que apresentou aumento superior a 50% nas tentativas, além de serviços, bancos e cartões, que juntos concentram mais da metade dos ataques. As financeiras também avançaram, enquanto o varejo, embora em menor escala, registrou crescimento relevante de 11,7%.
No cenário nacional, o Brasil contabilizou 6,9 milhões de tentativas de fraude entre janeiro e junho, uma elevação de 29,5% frente a 2024. São Paulo lidera em volume absoluto, com 1,9 milhão de casos, seguido por Rio de Janeiro (656 mil) e Minas Gerais (607 mil). Já no ranking proporcional, o destaque é o Distrito Federal, com 8.119 ocorrências por milhão de habitantes, quase o dobro da média brasileira.
O estudo do Serasa Experian, primeira e maior datatech do país, revelou que hoje no Brasil há uma média de uma ocorrência a cada 2,3 segundos, ritmo que vem se intensificando nos últimos meses. No primeiro semestre de 2025, 53,7% de todas as tentativas de fraude detectadas no país foram direcionadas a bancos e emissores de cartões. Contra o setor, uma ocorrência aconteceu a cada 4,2 segundos.
Segundo o diretor de Autenticação e Prevenção a Fraudes da empresa pesquisadora, Caio Rocha, “é no sistema financeiro que está o maior potencial de retorno para os criminosos. “Ao invadirem contas bancárias, obter dados de cartões ou contratar crédito em nome de terceiros, eles aplicam golpes que podem render valores mais altos, com baixo risco de exposição. O ambiente bancário é um campo fértil para ações fraudulentas, especialmente quando não há múltiplas camadas de autenticação e prevenção a fraudes ou análise comportamental eficiente”, explicou.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reforça que, apesar dos investimentos constantes em tecnologia e sistemas antifraude, a prevenção ainda depende em grande parte da atenção do consumidor. Recentemente a entidade lançou a campanha de conscientização da população sobre golpes e fraudes eletrônicas, que terá como tema principal ‘Se é golpe, tem contragolpe’, uma continuidade da campanha realizada em 2024 com a participação do humorista Fabio Porchat. Para esse ano o direcional como contragolpefoi ‘Capricha no NÃO, que não tem golpe’.
O objetivo é orientar a população a dizer “Não” diante de qualquer suspeita de golpe. “Esta campanha é um bom exemplo de como o marketing pode ser corretamente usado para levar informação importante às pessoas e garantir a segurança dos clientes, que sempre foi prioridade do setor bancário, tanto que os bancos investem cerca de R$ 5 bilhões por ano em cibersegurança”, destacou odiretor-adjunto de Serviços e Segurança da Febraban, Walter Faria. “Também investimos de maneira ininterrupta e massiva em campanhas de conscientização e esclarecimento com a população por meio de ações de marketing em TVs, rádios e redes sociais”, acrescentou.
Fonte: Tribuna Da Bahia


