18 de outubro de 2025
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Trump autoriza ações da CIA na Venezuela e tensão regional cresce

Depois de o New York Times divulgar que a Agência Central de Inteligência recebeu sinal verde para atuar dentro do país

Foto: Divulgação/Reprodução

O governo do presidente Donald Trump autorizou, de forma secreta, ações clandestinas da Agência Central de Inteligência (CIA) dentro da Venezuela. A informação, divulgada pelo jornal The New York Times, foi confirmada pelo titular da Casa Branca e sinaliza a intensificação de pressão sobre o regime de Nicolás Maduro, depois de bombardeios de supostas embarcações do narcotráfico. A diretiva permitiria à CIA realizar operações letais no território sul-americano.

Em resposta à pergunta de um jornalista, no Salão Oval da Casa Branca, Trump admitiu que considera atacar, em terra, cartéis da Venezuela. “Certamente estamos pensando agora na terra, porque já temos bem sob controle o mar”, declarou. Ao ser indagado se autorizou a CIA a “remover Maduro”, o republicano ficou visivelmente contrariado. “É ridículo me fazer essa pergunta. Na verdade, não é uma pergunta ridícula, mas não seria ridículo se eu a respondesse?”, reagiu. Depois, ao ser confrontado sobre o envolvimento da CIA, ele admitiu que deu o aval à agência para as operações em solo venezuelano. 

“Eu autorizei por dois motivos, realmente. Número um: eles (Venezuela) esvaziaram suas prisões nos Estados Unidos. E as outras coisas são as drogas. Temos um monte de drogas entrando da Venezuela. Muitas das drogas venezuelanas chegam pelo mar, (…) mas vamos impedi-las por terra também”, disse o republicano. O regime de Maduro não comentou diretamente a autorização à CIA. No entanto, a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, fez um discurso televisionado em que enviou um recado aos EUA implicitamente. “Que nenhum agressor ouse, porque eles sabem que aqui está o povo de (Simón) Bolívar, que aqui está o povo de nossos ancestrais, com suas espadas erguidas para nos defender em qualquer circunstância”, afirmou. 

As declarações de Trump repercutiram na imprensa mundial um dia após bombardeiros Stratofortress B-52H, da Força Aérea dos EUA, serem localizados sobrevoando o Mar do Sul do Caribe, em uma demonstração de poderio militar. Nesta quarta-feira (15/10), Maduro ordenou exercícios militares nas maiores comunidades venezuelanas, em retaliação ao envio de destróieres dos EUA ao Mar do Sul do Caribe. Ele desqualificou as acusações de comandar o Cartel de Los Soles como uma desculpa para uma incursão na Venezuela. Também ressaltou que o seu país enfrenta a “ameaça militar mais letal e extravagante da história”.

Guaicaipuro Lameda, general de brigada do Exército da Venezuela, explicou ao Correio que, ao usar as palavras “estamos pensando”, Trump coloca uma opção de possível execução. “Isso costuma ser utilizado como mecanismo de pressão para dissuadir o adversário e buscar sua rendição. O clã que usurpa o poder na Venezuela, até agora manifesta que não tem vontade de se render”, acrescentou Lameda, que vive na Califórnia desde 2021.  

Perigo ao país 

De acordo com Jose Vicente Carrasquero Aumaitre, professor de ciência política da Universidad Simón Bolívar (em Caracas), é preciso levar em consideração que o governo dos Estados Unidos não reconhece Maduro como presidente. “Trump vê Maduro como chefe do Cartel de Los Soles, um narcotraficante e terrorista. Isso, evidentemente, muda o tratamento que os EUA podem dispensar a isso, pois veem o regime como um problema para a doutrina ‘America First‘ (‘América em primeiro lugar’). Tal doutrina permite a adoção de ações para a defesa dos Estados Unidos. Washington considera que o Cartel de Los Soles e Maduro representam uma ameaça e tem escalado, de forma gradual, em sua pressão”, disse ao Correio.

Aumaitre não descarta o engajamento da CIA em operações secretas de assassinato seletivo dentro da Venezuela. “A justificativa de Trump é a de que, por ser uma ameaça ao povo dos EUA, Maduro corre o risco de ser extraído do poder ou eliminado”, advertiu o cientista político. Para ele, a Casa Branca coloca sobre a mesa as opções de derrubar o regime de Maduro ou liquidar o ditador venezuelano.

“Trump busca processos de infiltração  na Venezuela e de guerra psicológica, a fim de recrutar pessoas dentro do país para atuarem contra Maduro. Os EUA não reconhecem Maduro nem a institucionalidade venezuelana, cooptada pelo Cartel de Los Soles. Nesse sentido, Trump se sente livre para tomar uma ação um pouco mais forte sobre Maduro e seu grupo de poder.”

Jose Vicente Carrasquero Aumaitre, professor de ciência política da Universidad Simón Bolívar (em Caracas)

Fonte: correio braziliense

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