Ministério Público Federal oferece denúncia contra ex-jogador Edílson por organização criminosa
O Ministério Público Federal ofereceu denúncia, divulgada nesta terça-feira (24), contra o ex-jogador da seleção brasileira Edílson da Silva Ferreira, conhecido como Edílson Capetinha, pelo crime de organização criminosa. Ele é suspeito de integrar uma quadrilha especializada em fraudar pagamentos de prêmios de loterias da Caixa Econômica Federal (CEF). A defesa do jogador diz que ele é inocente.
A investigação comandada pela Polícia Federal e denominada Operação Desventura aponta que Edílson era o responsável por aliciar gerentes de bancos para a quadrilha.
Esta é segunda denúncia feita pelo MPF em relação à Operação Desventura. Além de Edilson, outras 10 pessoas devem responder por crimes como furto qualificado por fraude, estelionato, falsificação de documento público, tráfico de influência, corrupção ativa, crime contra a ordem tributária, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
São elas: André Luiz Sandre Abraão, Eduardo Daniel Lucena dos Santos, Leonardo do Rêgo Santos, Paulo Roberto Castro Santana, Saulo Santos de Oliveira, Claudemário da Paixão Copque Costa, Jairo Dias de Souza, José Sukadolnik Filho, Ronaldo Antônio de Faria e Sílvio Felipe Dionízio.
O G1 não conseguiu contato com a defesa dos outros envolvidos até a publicação dessa reportagem.
De acordo com a denúncia, o grupo desviava recursos da loteria “com adesão de Edilson Capetinha e outros, sendo estes responsáveis pela captação, intermediação e recrutamento dos gerentes da CEF de vários estados, os quais deveriam consentir na fraude, validando bilhetes clonados, transferindo recursos federais para a organização”.
Defesa
O advogado de Edílson, Thiago Phileto, disse aoG1 que o ex-jogador é inocente e vai provar esta condição ao longo da instrução do processo. Para ele, os outros denunciados se aproveitaram da fama do atleta para se beneficiarem no esquema.
“A denúncia é equivocada. O Edílson não faz parte disso, não se beneficiou ou auferiu vantagem ou lucro. Ele é inocente. Não tenho dúvida que ficará muito claro que o Edilson não facilitou nada para ninguém. O fato é que por ele ser famoso e ser assediado pelos envolvidos, acabou sendo incluído nesse processo”, disse.
Phileto afirmou ainda que já está trabalhando para colher provas e documentos e apresentar a defesa de seu cliente. Apesar da denúncia, considera a situação uma “grande vitória”.
“Não que eu ache bom ele ser denunciado, mas diante das circunstâncias, com outros envolvidos denunciados por seis a oito crimes, foi uma vitória. Ele nega [o crime] com veemência. Se por acaso essa denúncia for adiante, ficará provado que não houve consciência nem dolo da parte dele”, completa.
Primeira denúncia
No dia 14 de outubro deste ano, o MPF ofereceu a primeira denúncia contra os investigados na operação. Foram alvo cinco integrantes da cúpula da quadrilha: Eduardo Pereira dos Santos, Arcanjo Jorge Peralta, Hernane de Araújo Lima, Leandro de Carvalho Oliveira e Sinomar José da Silva. Eles também vão responder pelo crime de organização criminosa.
Segundo o procurador da República Hélio Telho, eles se associaram para planejar e cometer as fraudes que renderam cifras milionárias. “A nossa urgência maior foi em analisar a situação dos suspeitos que estão presos, já que existem prazos e não podíamos correr os risco de que eles fossem soltos pela Justiça”, disse.
Operação Desventura
A Polícia Federal deflagrou a Operação Desventura no último dia 10 de setembro. No total, foram expedidos 54 mandados judiciais contra o grupo em Goiás, na Bahia, São Paulo, Sergipe, Paraná e no Distrito Federal.
Segundo assessoria de imprensa da PF, dos mandados, 13 eram para prisões preventivas e temporárias, sendo os seis em Goiás. No total, 10 pessoas foram detidas, incluindo as três no estado. Já das do total de 22 mandados de conduções coercitivas, 19 foram cumpridos. Os 19 de busca e apreensão foram todos realizados.
G1