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19 de abril de 2024
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Brasil é considerado o 6º mais vulnerável a vírus de computador

Cerca de 250 empresas brasileiras foram afetadas pelo ataque global de hackers do último dia 12, que disseminou o vírus WannaCry para sequestrar informações de computadores de empresas e instituições em mais de uma centena de países.

O número consta de levantamento da MalwareTech, que mostra o setor de telecomunicações como o mais afetado no país.

O Brasil é considerado pela empresa de segurança Kaspersky o sexto país mais vulnerável a vírus do tipo ramsonware — que bloqueia os arquivos de um computador até o pagamento de um resgate — atrás de Rússia, Ucrânia, China, Índia e México.

No ano passado, o país teria sofrido 64,2 mil tentativas de invasão por dia, segundo dados da Symantec, patamar quase três vezes maior em relação ao ano anterior.

A previsão é que o número aumente ainda mais neste ano.

Do total de ataques, 80% foram tipos de vírus que surgiram no ano passado, destacou André Carraretto, estrategista em cibersegurança da Symantec.

Com mais vírus por aqui, o Brasil também tem se tornado o ponto de origem de ataques à rede, como o que ocorreu semana passada. Se em 2015, o país representava 2% da origem dos ataques em todo o mundo, no ano passado, esse número subiu para 14%.

No Brasil, empresas têm atitude reativa

Para Carraretto, esse avanço é reflexo da falta de investimento. Segundo ele, à exceção dos bancos, o assunto não costuma ser discutido no âmbito do Conselho de Administração das companhias.

“No Brasil há uma postura reativa. As empresas precisam ter uma estratégia em segurança. Hoje, os setores mais expostos a vírus no país são varejo, agricultura e indústrias. As pequenas e médias são os principais alvos dos hackers”, destacou.

As estimativas de investimento de empresas brasileiras em segurança digital variam de US$ 200 milhões a US$ 1 bilhão por ano, mas analistas são unânimes em afirmar que as empresas deveriam destinar mais recursos para evitar dor de cabeça.

A estimativa da Kaspersky é que as companhias invistam de 0,5% a 0,6% do orçamento da companhia em segurança da informação.

Nos EUA e na Europa, o indicador chega a 3% ou 4% por ano.

“O investimento é pequeno. As empresas se comportam como usuários caseiros e veem segurança como commodity. Há empresas que usam softwares gratuitos para quase todos os funcionários e colocam um sistema de segurança maior em alguns equipamentos. Isso cria uma falsa sensação de segurança. O WannaCry chegou ao Brasil em uma hora e meia” afirma Roberto Rebouças, gerente-geral da Kaspersky.

Os pagamentos em bitcoins em todo o mundo no ataque do último dia 12 somaram US$ 95 mil, segundo a Kaspersky.

O valor é baixo, analisa a Stefanini Rafael, joint-venture entre a brasileira Stefanini e a estatal israelense de defesa cibernética Rafael, se comparado ao potencial de prejuízo que esse tipo de ação causa à imagem das empresas.

E mais ainda quando se considera a hipótese de paralisação das atividades para evitar o alastramento da contaminação.

Hospitais estão entre os mais visados

Uma indústria paulista que foi alvo dos hackers no dia 12 e teve seu IP bloqueado pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, por exemplo, ficou impedida de emitir notas fiscais e deixou de faturar R$ 3 milhões naquele dia.

Estimativas indicam que uma empresa deve aplicar de 5% a 15% do que investem em tecnologia da informação (TI) na segurança digital.

“No Brasil, não é assim. São investidos em média de 2% a 3%”, diz Carlos Alberto Costa, diretor geral da Stefanini Rafael.

Especialistas apontam que o ataque do WannaCry colocou muitas empresas em estado de alerta. A procura por consultoria e novas soluções de segurança deve aumentar em 30% o volume de negócios das empresas que fornecem soluções como antivírus. Para Marco Ribeiro, da consultoria global Protiviti, o baixo investimento no setor está associado à recessão.

“Não investimos o suficiente. Em média, uma pessoa leva 200 dias para identificar que foi atacada. Com o ataque global, pode haver uma mudança de percepção. Esperamos aumento de 30% na busca por consultorias e novos serviços”, acrescentou.

Segundo o professor do curso de Cibersegurança do Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal), em Campinas, Paulo Brito, o novo vírus fez as empresas brasileiras atentarem para o fato de que o risco de perda de dados é grande.

Ele destacou os problemas ocorridos no sistema do INSS, no Tribunal de São Paulo, além de grandes companhias terem desligado seus sistemas.

Segundo ele, isso ocorre porque o Brasil não tem uma lei que obrigue a divulgação de informações sobre o vazamento de dados, como ocorre nos Estados Unidos.

“Como as empresas no Brasil não são obrigadas a divulgar essas informações, tendemos a achar que está tudo bem. Os ataques vão aumentar”, avalia.

Os setores mais bem preparados em segurança digital no país, segundo Costa, da Stefanini, são o financeiro, o de telecomunicações e o de comércio eletrônico.

Mesmo assim, uma das empresas mais afetadas pela ofensiva do WannaCry no Brasil e no mundo foi a Telefónica.

Com a invasão de computadores de sua sede na Espanha, a unidade brasileira foi orientada a não ligar os computadores para evitar o alastramento do vírus.

A possibilidade de os hacker desencadearem a contaminação de computadores sem que o usuário tenha que acionar um link (sem interação humana) foi outra novidade descoberta na semana passada sobre a ofensiva do WannaCry, segundo Fábio Assolini, analista da Kaspersky.

Segundo ele, até a quinta-feira da semana passada, não se conhecia versão do ransomware capaz de iniciar a contaminação sem que o usuário da máquina desse um clique no arquivo ou link malicioso.

“Todos os ransomware conhecidos até então dependiam de enganar uma vítima. O WannaCry, para se disseminar numa rede, agora, não requer interação humana alguma, basta encontrar uma porta para se espalhar. Por isso, a abrangência foi tão grande”, explicou.

Entre os setores que menos investem em segurança digital destaca-se o de saúde, observou o diretor da Stefanini Rafael.

O prestigiado hospital Sírio Libanês, em São Paulo, foi atacado e, segundo um funcionário que pediu para não se identificar, todo o sistema no qual os exames e protocolos de pacientes são armazenados ficou fora do ar até domingo.

Os atendimentos eram feitos por fichas preenchidas manualmente. Durante todo o fim de semana, os pacientes não conseguiram agendar exames.

Em nota, o hospital informou que “alguns de seus sistemas foram afetados” pelo ciberataque, acrescentando que não houve interrupção de processos assistenciais ou perda de informações relativas a pacientes.

“Os hospitais gastam milhões em equipamentos complexos, que são conectados à rede e que também podem ser invadidos, como os tomógrafos por exemplo, mas não aplicam milhares de reais na segurança digital”, afirmou Costa, da Stefanini.

Falta de legislação dificulta controle

Wolmer Godoi, diretor de cibersegurança da Cipher, classifica o brasileiro como um “anestesiado digital”.

Segundo ele, o fato de não existir uma legislação no Brasil para a divulgação de vazamento de informação e perda de dados faz com que não se tenha registros sobre esses problemas.

“É preciso uma legislação para mudar isso. Por isso, não se fica sabendo dos problemas que ocorrem com os hackers no Brasil em empresas privadas. O investimento está aquém do necessário. Ainda temos o problema cultural, de achar que o problema não vai chegar aqui”, afirmou Godoi, destacando que também vem registrando maior procura de empresas após o ataque global.

O GLOBO

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