Nas inaugurações das primeiras oito policlínicas regionais de saúde, o governador Rui Costa e o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, exaltavam o modelo de financiamento escolhido para elas. São 60% de custeio para os municípios e 40% para o estado.
Assim, não seria necessária a entrada de recursos federais no circuito. Evitaria que o governo do estado passasse o pires para a União e também seria uma mostra de que a gestão de Rui conseguiria, de forma independente, garantir o sucesso de uma das principais iniciativas do primeiro governo.
No entanto, o governo baiano acabou se rendendo à União no quesito policlínicas. Em uma resolução aprovada pela Comissão Intergestores Bipartite da Bahia, formada pela Sesab e pelo Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde da Bahia (Cosems), o estado pediu ao governo federal o valor anual de R$ 61 milhões para custear as policlínicas de Alagoinhas, Feira de Santana, Guanambi, Irecê, Jequié, Santo Antônio de Jesus, Teixeira de Freitas e Valença.
O montante solicitado foi no teto financeiro, ou seja, o valor mais alto, para Média e Alta Complexidade (MAC) do estado. Cabe ao governo federal definir se fará, ou não, o aporte pedido pela Bahia. Na resolução, não é explicado como seria feito esse repasse, por convênio ou uma nova linha de custeio, por exemplo.
Questionada pelo BNews sobre se o modelo atual de financiamento das policlínicas não acaba onerando muito os municípios, em tempos de crise econômica, a presidente do Cosems-BA, Stela Souza, admitiu que alguns deles têm tido dificuldades para fechar a conta. A resolução, segundo ela, é uma forma de aliviar financeiramente as cidades.