Apesar da Justiça ter proibido que a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seja zerada por quem desrespeite os direitos humanos, o ministro da Educação Mendonça Filho disse nesta quarta-feira, 1º, que o candidato que tiver essa postura será prejudicado. Isso é possível porque uma das cinco competências avaliadas na correção prevê a elaboração de uma proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
O Ministério da Educação (MEC) alerta que esse item do edital não foi alterado pela Justiça. “Ao mesmo tempo, jamais um ente como o MEC ou o Inep, em uma avaliação, pode aceitar teses que defendam por exemplo o holocausto, apartheid, a segregação racial, a discriminação do ponto de vista religioso, de raça”, disse Mendonça Filho.
Por isso, ele recomenda que os mais de 6,7 milhões de candidatos que vão fazer o exame neste domingo, 5, respeitem os direitos humanos. Até porque, o MEC ainda não foi notificado da proibição de zerar a prova. Se isso não ocorrer até domingo, a prova será corrigida conforme o edital, portanto, prevendo que a redação pode ser zerada.
Caso o MEC seja notificado, o órgão pretende recorrer. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 84.236 dos 8,6 milhões de inscritos no Enem de 2016 tiveram as redações anuladas, sendo que 4.798 dos casos foram por ter desrespeitado os direitos humanos. Na ocasião, o tema proposto falava da intolerância religiosa.
A Tarde