O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deu ontem o pontapé inicial em um movimento que pode chegar a outros bancos centrais de países ricos e ter impacto direto nos emergentes, como o Brasil. Com a inflação em patamares muito elevados para os padrões locais, hoje na casa dos 5% ao ano, o BoE anunciou o aumento da sua taxa básica de juros de 0,10% para 0,25% ao ano.
Pode até não parecer muito, mas o sinal é inequívoco. A inflação preocupa e será necessário algum freio na atividade econômica para que volte à meta de 2%. Na quarta-feira, 15, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) já havia dado uma indicação nesse sentido, ao apontar para pelo menos três aumentos na sua taxa de juros em 2022.
Já o Banco Central Europeu (BCE) decidiu, ontem, manter inalterada a sua taxa, em -0,5%. Mas anunciou também o início da redução do ritmo de compra de ativos a partir do próximo trimestre, finalizando até março de 2022 o programa emergencial de estímulos à economia montado no ano passado para reduzir os efeitos da pandemia da covid-19.
Taxas de juros mais atrativas nos países desenvolvidos significam que os países emergentes terão mais dificuldade para atrair dinheiro de investidores, que sempre vão preferir a segurança maior proporcionada pelos países com economia mais estável. Com isso, os emergentes precisam subir ainda mais as suas taxas, para se tornarem mais competitivos. Mas taxas de juros mais altas comprometem o desempenho interno: investimentos ficam mais caros, dívida pública sobe, e a tendência da economia é recuar.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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