27.8 C
Remanso, BR
28 de abril de 2024
Remanso News
  • Home
  • Geral
  • Anvisa marca julgamento da maconha medicinal para próxima terça
Geral

Anvisa marca julgamento da maconha medicinal para próxima terça

liberação da maconha para uso medicinal se tornou um assunto frequente no Brasil, mas ainda não é garantida por lei. Na próxima terça (3), os diretores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) voltam a se reunir, em Brasília, para votar duas propostas de regulamentação. 

A falta dessa medida tem afetado a vida de milhares de brasileiros que precisam usar o medicamento para tratamento de doenças e síndromes. A liberação vem sendo discutida na Anvisa desde 2015, quando a Agência decidiu retirar o canabidiol (CBD) da lista de substâncias proibidas no País.

Em 2017, o tema avançou e, hoje, três mil pessoas conseguem importar remédios que utilizam a planta em sua composição para fins medicinais. No entanto, a importação do medicamento precisa ser autorizada pela Anvisa diante de laudo e prescrição médica.

Em junho deste ano, a Anvisa submeteu duas propostas sobre o tema à consulta pública. A primeira tratou do registro de monitoramento dos medicamentos feitos à base de extratos e derivados da cannabis, enquanto a segunda prevê a produção para a fabricação dos medicamentos.

O diretor-presidente da Anvisa, Willian Dib, tem defendido ambas propostas, mas vem adiando a votação após o diretor indicado pelo Governo Bolsonaro ter pedido vistas. Três ex-ministros da Saúde chegaram a apresentar na semana passada uma carta acusando os diretores da Anvisa de barrar o uso da maconha por “questões ideológicas”.

Devido à burocracia e ao alto custo da medicação, muitos pacientes precisam acionar a Justiça para que a Secretaria da Saúde disponibilize os remédios. Cada frasco de 100 ml do medicamento custa cerca de R$ 3 mil, quando convertida a moeda e adicionados os custos com o frete.

Pacientes
Existem relatos de pacientes que tiveram uma melhora no quadro clínico com medicamentos extraídos da maconha. Um deles é o do aposentado Ivo Suzin, que tem Alzheimer e faz uso de um óleo de cannabis há nove meses.

A história de Ivo viralizou na internet, após o filho empresário Filipe Suzin postar vídeos sobre o tratamento e a melhora do pai que o reconheceu depois de muito tempo.
“Acho um absurdo ainda não ser liberado. Alguns parlamentares insistem em dizer que o medicamento não funciona, mas as famílias não podem esperar. Meu pai não pode esperar. O remédio funciona”, declarou.

A publicitária Rochelle Alves, de Goiânia, também atua pela liberação da maconha para usos medicinais. Ela é mãe da pequena Hickelly, de três anos que faz uso do canabidiol desde dezembro de 2018. A menina nasceu com microcefalia provocada pelo zika vírus, e tem convulsões constantes que só melhoram com o uso do medicamento. 

“Foi notória a mudança e a evolução da minha filha na qualidade de vida, e hoje estamos tentando ajustar as medicações. Ela tem três anos, não faz sentido esperar mais estudos, se a gente já tem o suficiente para mostrar o quanto é importante esse uso”, diz. Segundo a publicitária, o custo é muito alto, e a filha não pode ficar sem tomá-lo.

Oposição
No que depender da vontade do Governo Federal, as famílias que defendem a regulamentação da maconha para uso medicinal não terão autorização para cultivar a cannabis, planta que dá origem às substâncias utilizadas como medicamentos.

O ministro da Cidadania, Osmar Terra, tem reforçado a política proibicionista e afirmou que a liberação do plantio vai abrir as portas para o consumo generalizado de drogas. “Se não controla com a proibição, imagina controlar no detalhe? É o começo da legalização da maconha no Brasil”, declarou o ministro em uma audiência na Câmara.

Congresso
Na Câmara e no Senado, o assunto também vem sendo discutido em forma de projeto de lei, mas não tem tido muitos avanços desde 2015. O PL 399/15, que viabiliza a comercialização de remédios que contenham extratos, substratos ou partes da planta Cannabis sativa aguarda análise em uma comissão especial da Câmara dos Deputados. 

“Não existem estudos científicos que mostram a eficácia, e há famílias que nos procuraram e mostraram que a cannabis medicinal causa problemas. O próprio Conselho Federal de Medicina não tem uma posição firmada com relação à eficácia e ao tratamento”, explica o senador cearense Eduardo Girão (Podemos).

O parlamentar tem rebatido declarações da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), que faz uso de medicamento com canabidiol e apresentou melhoras com o tratamento.
“Tenho uma admiração por ela, respeito muito e acolho a Mara Gabrilli, da mesma forma que funcionou com ela foi prejudicial com outras famílias. No entanto, a Anvisa não tem posição formada sobre isso e nem o CFM”, diz Girão.


Em Miami, venda de CBD é legalizada

A maconha medicinal legalizada que fica mais próxima do Ceará está em Miami (EUA), a menos de 8 horas em voo direto. Há ainda o Uruguai, mas não há voo direto. O Congresso dos EUA analisa, atualmente, um projeto que libera o consumo da erva em todos os 50 estados. Em Miami, a maconha medicinal é vendida em lojas de produtos para fumo. “Vendemos CBD” é o tipo de mensagem exposta nas vitrines desses estabelecimentos, em referência à sigla do canabidiol, substância extraída da erva. Por US$ 20 (cerca de R$ 90, considerando o dólar turismo), é vendida 1 grama de CBD nas lojas da Avenida Washington, em Miami Beach. Turistas e nativos podem entrar na loja, escolher o produto, pagar e levar livremente. Não se exige documento. Em Miami, ainda não foi liberado o consumo recreativo da erva. Nas embalagens do CBD, há a mensagem impressa: “este produto não produz efeitos psicoativos associados com o uso da Marijuana, segundo a Organização Mundial de Saúde” e “não contém mais do que 3% de THC”, substância que também compõe a cannabis e é responsável pelo efeito de “euforia”.

DN

Posts relacionados

Casa Nova inicia campanha de alerta contra a dengue e chikunguya

Redação Remanso News

Confiram as vagas de emprego disponíveis para Petrolina e região

Redação Remanso News

Papagaio pode ser testemunha em caso de assassinato

Redação Remanso News

Trabalhadores ligados ao MST ocupam empresa em Sento-Sé

Redação Remanso News

Sento-Sé: Ana Passos faz reunião com secretário de infraestrutura da Bahia

Redação Remanso News

Juiz pode ter atuação limitada ao assumir vara da Lava Jato

Redação Remanso News

Deixe um comentário