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26 de abril de 2024
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Manobras militares chinesas indicam planos de bloqueio de Taiwan

Esta é a primeira vez que as manobras chinesas acontecem tão perto de Taiwan

Os maiores exercícios militares chineses ao redor de Taiwan revelam pistas cruciais sobre os planos de Pequim para impor um bloqueio em caso de guerra para reconquistar a ilha autogovernada, e mostram um exército chinês cada vez mais encorajada, segundo analistas.

Em resposta à visita a Taiwan da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a China iniciou grandes manobras militares em seis zonas marítimas ao redor da ilha, que devem prosseguir até domingo.

As manobras, com caças, helicópteros e fragatas, pretendem simular um “bloqueio” de Taiwan e incluem “ataques a alvos no mar”, segundo a agência estatal Xinhua.

Esta é a primeira vez que as manobras chinesas acontecem tão perto de Taiwan (algumas a menos de 20 quilômetros) e que a ilha, reivindicada por Pequim, está literalmente cercada, incluindo em seu flanco leste, uma zona crucial porque é por onde poderiam chegar os potenciais reforços dos Estados Unidos.

O “cenário de bloqueio” é mencionado há muitos anos como uma das opções que a China continental poderia utilizar para conquistar a ilha e, obviamente, ganha credibilidade com os exercícios. 

Um bloqueio teria como objetivo impedir qualquer entrada ou saída de navios e aviões comerciais ou militares. Mas também impor um veto de acesso às forças americanas estacionadas na região.

O exército chinês “tem obviamente todas as capacidades para impor um bloqueio do tipo”, declarou à AFP Song Zhongping, analista militar chinês independente.

“Já podemos ver pelos exercícios atuais que os aviões de guerra e navios taiwaneses não podem decolar nem sair de seus portos”, disse.

O exército chinês disparou na quinta-feira vários mísseis balísticos que atingiram várias zonas marítimas ao redor de Taiwan. Pela primeira vez, alguns deles sobrevoaram a ilha, informou o canal estatal chinês CCTV.

Pequim mobilizou mais de 100 aviões e mais de 10 fragatas e destróieres, incluindo o caça furtivo J-20 e um destróier 055, as joias da coroa das forças aérea e naval, segundo a Xinhua.

Os exercícios militares permitem, em particular, testar e ajustar o nível de coordenação das Forças Armadas chinesas: exército, marinha, aeronáutica, unidade de foguetes (responsável pelos mísseis) e força de apoio estratégico (guerra eletrônica e cibernética).

O que a China está mostrando agora “confirma que suas capacidades são fortes”, disse à AFP John Blaxland, professor de Segurança Internacional na Universidade Nacional da Austrália. 

“É evidente que o país tem a capacidade de coordenar suas ações em terra e mar, de mobilizar seus sistemas de mísseis (…) e de mobilização rápida”, acrescentou.

Os exercícios também demonstram aos taiwaneses, americanos ou japoneses que os chineses “têm o que é necessário para fazer o que ameaçam fazer”, disse Blaxland.

“Ao mesmo tempo, o que eles fazem é estudado e observado de perto por outros países, especialmente os Estados Unidos, que podem aprender com isto para contra-atacar exército chinês no futuro”, destacou o analista.

Os americanos, no entanto, permanecem relativamente passivos militarmente no momento.

Durante a crise anterior do Estreito de Taiwan (1995-1996), com Bill Clinton como presidente, o governo americano enviou vários navios de guerra à região e porta-aviões permaneceram nas proximidades da ilha.

Desta vez, “o governo americano é cauteloso para evitar uma escalada, que não deseja”, afirmou Lonnie Henley, ex-oficial de inteligência dos Estados Unidos e professor de Estudos Internacionais na Elliott School, em Washington.

A cautela dos Estados Unidos também é explicada pelo fato de a China ter aumentado consideravelmente suas capacidades militares na comparação com 1996, quando não conseguiu evitar o acesso da marinha americana à região.

AFP

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